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Ouvidoria Municipal


Vigilância Sanitária fiscalizará farmácias e drogarias em Paraíso

04/08/2008

 O antiinflamatório Prexige, proibido em mais de 36 países, está com seus dias contados no Brasil. Uma publicação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no Diário Oficial da União (DOU), na data de 28 de julho de 2008, proíbe, em todo o território nacional, a distribuição, o comércio e o uso do medicamento, sendo ressalvada a fabricação com a finalidade de exportação. Também foi publicada a resolução que determina o recolhimento das farmácias e drogarias dos lotes do Prexige 100mg. A publicação determina também sobre a suspensão por 90 dias da fabricação do antiinflamatório Prexige, 400mg, comprimido,  ambos produzidos pela empresa Novartis Biociências S.A.
  De acordo com Osmair Eugênio J. Góes, fiscal sanitário, “com a publicação da Resolução da Anvisa no Diário Oficial, a equipe da fiscalização sanitária percorrerá os estabelecimentos do município para verificar o cumprimento da notificação. Caso encontre o referido medicamento à venda, será realizado a apreensão do mesmo e o estabelecimento estará sujeito a penalidades que vão desde advertência até a interdição do local”, explica.
 A Anvisa já havia determinado na terça-feira (22) o cancelamento do registro do Prexige 100mg, assim como a suspensão por 90 dias do Prexige 400mg.  De acordo com o órgão, o medicamento causa efeitos colaterais graves como hemorragias, hepatites, pancreatite e doenças cardiovasculares. A agência justifica que o Brasil tem um terço, no mundo, dos casos notificados pelas agências regulatórias, respondendo por 1.265 supostas vítimas, dos 3.585 casos.
 Segundo informações, o Brasil é um dos últimos países a tomar a decisão de tirar a droga do mercado, depois de cerca de três anos de circulação. A decisão ocorre quase um ano depois de as agências internacionais proibirem o medicamento. Desde agosto do ano passado, países da União Européia, o Canadá e a Argentina vetaram a comercialização do Prexige e, ao todo, 36 países proibiram sua venda. A droga continua sendo comercializada apenas no México, Colômbia, Equador, República Dominicana e Bahamas.
 A Vigilância Sanitária Municipal salienta que quem ainda faz uso do medicamento, deve procurar seu médico para pedir substituição. Mesmo que muitos usuários deste medicamento não tenham sentido o efeito colateral, é recomendado que ele procure seu médico e converse sobre a substituição do mesmo.
 Caso algum cidadão souber da venda ilegal do medicamento no município, denúncias poderão ser feitas através do telefone 3539- 7016 ou através do email
vigilancia.saude@ssparaiso.mg.gov.br

 Sobre o medicamento  —  O Prexige, é um antiinflamatório inibidor seletivo da enzima Cox-2, pertence ao mesmo grupo do Vioxx (rofecoxibe) e do Bextra (valdecoxibe), respectivamente retirados do mercado em 2004 e 2005 por motivos de segurança. Nestes casos, porém, as ocorrências não estavam relacionadas ao fígado. As principais indicações do Prexige são osteoartrite, dor aguda e cólica menstrual.
 A retirada do medicamento é um golpe nas vendas da farmacêutica suíça Novartis no Brasil. Em 2007, o Prexige faturou US$ 91 milhões em todo o mundo, dos quais cerca de US$ 50 milhões no país.
 A Anvisa possui registros de "notificações de suspeitas de reações adversas, hepáticas e cardiovasculares graves associadas ao uso do medicamento"; e que parte dessas notificações foi feita por pessoas que utilizaram o produto por períodos curtos, inclusive inferiores a cinco dias.
 Segundo informações, o medicamento enfrenta problemas internacionalmente. Em agosto de 2007, a Austrália proibiu o remédio depois da morte de dois pacientes, e a medida foi copiada pelo Canadá e pelo Reino Unido. Em outubro de 2007, nos Estados Unidos, o FDA (agência reguladora de produtos alimentícios e farmacêuticos), recusou o produto.