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Paraíso recebe mostra literária de Carlos Drummond de Andrade
17/07/2008
Acontece a partir desta sexta-feira, 18, na Casa da Cultura em São Sebastião do Paraíso, a mostra itinerante comemorativa ao centenário de nascimento do escritor Carlos Drummond de Andrade (1902-2002). A exposição literária itinerante “Hoje tem uma festa no meio do caminho”, é uma das ações de incentivo à leitura realizada pela Superintendência de Bibliotecas Públicas de Minas Gerais que elabora e produz exposições em homenagem a autores, temas e datas do universo literário.
Cada exposição é uma pequena antologia ilustrada apresentada através de banners ou painéis que contêm a bibliografia e comentários sobre o autor, além de trechos significativos de sua obra.
A exposição ficará aberta ao público de segunda a sexta-feira no horário de 8h às 11h e das 13h às 17h e, nos sábados e domingos, das 13h às 17h. A mostra fica na cidade até o dia 1º de Agosto de 2008. A entrada é gratuita.
O escritor
Carlos Drummond de Andrade nasceu em Itabira do Mato Dentro/MG, em 31 de outubro de 1902. De uma família de fazendeiros em decadência, estudou na cidade de Belo Horizonte e com os jesuítas no Colégio Anchieta de Nova Friburgo RJ, de onde foi expulso por "insubordinação mental". De novo em Belo Horizonte, começou a carreira de escritor como colaborador do Diário de Minas, que aglutinava os adeptos locais do incipiente movimento modernista mineiro.
Ante a insistência familiar para que obtivesse um diploma, formou-se em farmácia na cidade de Ouro Preto em 1925. Fundou com outros escritores A Revista, que, apesar da vida breve, foi importante veículo de afirmação do modernismo em Minas. Ingressou no serviço público e, em 1934, transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde foi chefe de gabinete de Gustavo Capanema, ministro da Educação, até 1945. Passou depois a trabalhar no Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional e se aposentou em 1962. Desde 1954 colaborou como cronista no Correio da Manhã e, a partir do início de 1969, no Jornal do Brasil.
Várias obras do poeta foram traduzidas para o espanhol, inglês, francês, italiano, alemão, sueco, tcheco e outras línguas. Drummond foi seguramente, por muitas décadas, o poeta mais influente da literatura brasileira em seu tempo, tendo também publicado diversos livros em prosa.
Em mão contrária traduziu os seguintes autores estrangeiros: Balzac (Les Paysans, 1845; Os camponeses), Choderlos de Laclos (Les Liaisons dangereuses, 1782; As relações perigosas), Marcel Proust (La Fugitive, 1925; A fugitiva), García Lorca (Doña Rosita, la soltera o el lenguaje de las flores, 1935; Dona Rosita, a solteira), François Mauriac (Thérèse Desqueyroux, 1927; Uma gota de veneno) e Molière (Les Fourberies de Scapin, 1677; Artimanhas de Scapino).
Alvo de admiração irrestrita, tanto pela obra quanto pelo seu comportamento como escritor, Carlos Drummond de Andrade morreu no Rio de Janeiro RJ, no dia 17 de agosto de 1987, poucos dias após a morte de sua filha única, a cronista Maria Julieta Drummond de Andrade.