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 Na seqüência do trabalho realizado pelo departamento de Agricultura e Meio Ambiente junto aos produtores rurais do município, a Prefeitura de São Sebastião do Paraíso pode constatar, hoje, um avanço na diversificação de culturas no meio rural.
 Fórum de debates sobre os interesses dos pequenos produtores rurais, o CMDRS (Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentável), buscou identificar soluções para o problema de renda no campo em nosso município.
 Inicialmente foi verificado que, dos diversos problemas enfrentados pelo pequeno produtor, destacava-se a falta de uma atividade que produzisse uma renda diária, em contraste com a renda, apenas anual, produzida pela monocultura.
 Definidas as diretrizes dentro do Conselho, foram feitas pesquisas de consumo em nossa cidade pelo departamento de Agricultura e Meio Ambiente, e constatou-se que, havia um imenso nicho de mercado para os produtos hortifrutigranjeiros locais. Este nicho era suprido, e ainda o é em grande parte, por fornecedores de outras regiões, principalmente de Ribeirão Preto.
 Segundo Zorovando Bícego, chefe do departamento de Agricultura e Meio Ambiente, com a invasão da cultura da cana-de-açúcar na região de Ribeirão Preto, diminuiu-se muito a produção de frutas e verduras naquele município. “Foi aproveitada a experiência de alguns agricultores familiares de nossa  região que já trabalhavam neste segmento de forma fragmentada”, afirma.
 “Hoje já vemos experiências de sucesso”, ressalta, como no sítio do produtor Edgar Matheus, uma propriedade de 17 hectares, o­nde são produzidos hoje, pepino, pimentão, vagem, couve-flor, quiabo, berinjela, mandioca, jiló e pêssego.
 Segundo ele são cem quilogramas desses produtos vendidos diariamente para supermercados, mercearias e o comércio em geral, “mas eu me encaminho para vender duzentos quilogramas diários”, diz o produtor.
 Edgar informa ainda que processa produtos lácteos fabricando iogurtes com marca já registrada, e comercializa diariamente 2.500 litros de leite. O produtor, que arrenda ainda outras propriedades, já realizou contatos com o Grupo Pão de Açúcar, uma rede nacional de supermercados, para fornecer-lhes mandioca pré-cozida, um montante de 200 toneladas por ano.
 Além de Edgar, diversos outros pequenos produtores rurais já atuam no mesmo segmento com sucesso, trabalhando com produtos processados ou in natura. “O segmento fruticultura progrediu, e hoje, além de pêssego, laranja, banana, até maçãs são produzidas na região”, explica.
 Zorovando afirma que a diversificação de culturas possibilita a obtenção de bons resultados, principalmente para o produtor que dispõe de uma propriedade pequena e conta com pouco capital. “O uso de pequenas áreas para plantar várias culturas diferentes é uma forma de diminuir o risco de insucessos, gerando aumento da produção, da lucratividade, além de proteger o solo”, comenta.
 Edmur Matheus, produtor rural que também trabalha com hortifrutigranjeiros, parou de plantar café há dois anos, e Edgar abandonou esta cultura no ano passado. Segundo eles uma cultura rentável apenas para grandes propriedades.