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CAFÉ: Prefeito participa de audiência pública
10/12/2009
CRISE NA CAFEICULTURA
O prefeito Mauro Lúcio da Cunha Zanin participou nesta quarta-feira (10), de uma audiência pública em Brasília/DF, na Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento, solicitada pelo deputado federal Carlos Melles, da Frente Parlamentar do Café, para tratar da crise atual da cafeicultura brasileira.
Participaram da audiência representantes de conselhos que envolvem a cafeicultura, lideranças polícias, produtores rurais, presidentes de sindicatos, cooperativas e agências de crédito. Os produtores de café reclamam que estão falidos. Alegam que os custos de produção são maiores que o valor final de venda do produto e reivindicam medidas urgentes por parte do Governo Federal.
Segundo eles, para se produzir hoje uma saca de café, o produtor gasta R$ 300,00. No mercado, a saca é vendida por menos, em média R$ 245,00. Os produtores afirmam que o prejuízo do setor nos últimos cinco anos chega a R$ 5 bilhões.
“O salário mínimo em 1994 era R$ 70,00 e hoje é R$ 415,00 – um aumento de 500%; o óleo diesel era R$ 0,33 e hoje é R$ 1,96 – também um aumento de 500%; o adubo era vendido a R$ 200,00 e hoje custa R$ 1.200,00 – 500% de aumento, enquanto que o café aumentou apenas 23%”, afirmou o deputado federal Carlos Melles.
Na audiência pública, representantes do Ministério da Agricultura apresentaram as medidas governamentais adotadas diante da crise no setor e a economia mundial. Entre elas estão a redução das taxas de financiamento e a extensão do prazo para pagamento de dívidas dos cafeicultores. As entidades ligadas ao setor reclamam que as medidas são insuficientes e os produtores encaminharam ao governo uma pauta de reivindicações, pedindo, entre outros, subsídio para a produção do café, aumento do estoque da bebida e conversão da dívida: pagar o que deve com o próprio café.
“Sabemos da importância da cafeicultura ao longo da história do nosso município e por isso estamos aqui para apoiarmos e buscarmos a solução para os produtores rurais de Paraíso e de toda a região. Acredito que poderemos sair dessa discussão com resultados que possam amenizar as perdas sofridas pelo produtor e, conseqüentemente, pelo trabalhador. A economia do Sul de Minas será fortalecida com medidas que busquem resgatar as perdas sofridas pelos cafeicultores nos últimos anos”, analisou o prefeito de São Sebastião do Paraíso, Mauro Zanin.
O Brasil é o 2º maior consumidor mundial da bebida e o maior produtor e exportador. Parte da tradição brasileira, das 136 milhões de sacas de café produzidas no mundo, 46 milhões vêm do país. São mais de 300 mil produtores, que empregam oito milhões de pessoas, em 14 estados e em quase dois mil municípios.