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A Prefeitura de São Sebastião do Paraíso, por meio da Secretaria Municipal de Educação, realizou nesta semana visita ao município de Três Corações para conhecer o modelo de Educação Inclusiva que é aplicado naquele município, onde existe o Núcleo de Atenção ao Estudante (NAE), com atendimentos de fonoaudiologia, psicologia, neuropedagogia e assistência social. O serviço, além de desafogar a demanda que existe na Saúde por essas especialidades, também auxilia no desenvolvimento das crianças em todo o seu processo de aprendizagem. O objetivo é poder estudar a implantação de um projeto similar em Paraíso, com o mesmo foco realizado em Três Corações.

Na oportunidade, o secretário Municipal de Educação, Lucas Cândido de Oliveira, a assessora de educação inclusiva, Jeane Tenório de Araujo, e a professora da sala de recursos do Município, Renata Aparecida Jorge Cruz, foram recepcionados pela secretária de Educação do município, Maria Terezinha da C. Teixeira dos Santos, e o prefeito José Roberto De Paiva Gomes (Gordo Dentista).

Durante a reunião, Terezinha destacou todo o trabalho realizado no município de Três Corações em relação à inclusão da pessoa com deficiência na rede de ensino. Conforme ressaltou, esta é uma experiência que começou em 1994, por meio de um convênio realizado com a Unicamp. Segundo a secretária de Educação, é um tema repleto de desafios, mas com o envolvimento do Poder Público e da sociedade, conseguem ser superados.

“Na época, realizamos um curso de capacitação com olhar voltado para a inclusão, com 10 vagas, e não conseguimos contemplar todas. Com o tempo, começou-se a perceber que a sala daquele profissional que havia realizado o curso estava organizada de forma diferente, o que instigava mais os alunos. Os demais profissionais começaram a me procurar para saber sobre o curso, que tinham interesse. No ano seguinte, fizemos a capacitação de todas da rede”, destaca.

Conforme Terezinha, o NAE surgiu com um projeto para apoiar a escola em relação aos serviços de Saúde. “Diante disto, começamos a agrupar essas necessidades e oferecer um atendimento multidisciplinar a estas crianças. Hoje existe um coordenador que faz a articulação entre a Educação e a Saúde e, também, estamos passando por um processo de regulamentação, para que o NAE se torne lei”, acrescenta.

Após a troca de experiências entre a equipe de Educação de Paraíso e Três Corações, o grupo visitou o Núcleo de Atenção ao Estudante, responsável por avaliar junto à SEDUC do município a necessidade de atender clinicamente alunos matriculados na rede municipal. A unidade conta com equipe multidisciplinar, envolvendo profissionais das áreas de psicologia, psicopedagogia, fonoaudiologia, médico neuropediatra e especialistas em educação.

Para a professora da sala de recursos de São Sebastião do Paraíso, Renata Cruz, “foi uma visita muito proveitosa, já que verificamos como o NAE é organizado e tivemos relatos dos benefícios trazidos a toda comunidade escolar daquele município. Há tempos sonhamos com um espaço assim aqui em nossa cidade e essa é a oportunidade que temos para buscar um atendimento multidisciplinar para os nossos alunos, que visa conceder um desenvolvimento integral a estes, de modo a alcançar a independência para viver em sociedade”, ressalta.

Para o secretário de Educação de São Sebastião do Paraíso, Lucas Cândido de Oliveira, esse diálogo com Três Corações foi muito importante porque, através dele, a equipe percebeu que as ações iniciadas na Administração 2021/2024 apontam o caminho certo em relação às ações voltadas para a Educação Inclusiva.

“Estamos no mesmo caminho que os trabalho se iniciaram naquele município. A questão dos profissionais (psicopedagogo, psicólogo e fonoaudiólogo) que lá já têm uma caminhada há mais de dez anos, e a forma como eles estão estruturados, foi a forma como nós estamos estruturando São Sebastião do Paraíso. Tudo tende a dar certo porque nós iniciamos da forma correta e percebemos isso em Três Corações”, completa.

Conforme destaca a assessora de Educação Inclusiva do Município, Jeane Tenório de Araujo, “foi muito positiva a visita ao município de Três Corações, onde conhecemos a estrutura da Secretaria de Educação, a própria secretária de educação e como a Educação se organiza em um outro município de porte semelhante ao nosso. É algo que agrega muito valor ao nosso conhecimento e nos dá a certeza de que o trabalho está sendo feito dentro de uma perspectiva positiva e que nós podemos implementar e melhorar muitas coisas na realidade de São Sebastião do Paraíso”, comenta.

Conhecer o Núcleo de Atendimento ao Estudante (NAE) era um sonho para a especialista da Educação Inclusiva do Município. “É uma necessidade que nós temos aqui e é uma proposta da Política Nacional de Educação Especial na perspectiva da Educação Inclusiva de 2008, que delineia as situações que precisam ser implementadas no município no Plano Municipal de Educação na meta quatro”, aponta.

Jeane aponta que existe o objetivo de criar um Núcleo de Atendimento focado nas dificuldades de aprendizagem em que se possa fazer a triagem para separar o que é uma dificuldade de aprendizagem oriunda de dificuldades no processo de ensino das dificuldades oriundas de algum tipo de transtorno como dislexia, que precisa de um tratamento com fono, as vezes com psicóloga ou com psicopedagogo clínico.

“Se a criança tem algum tipo de transtorno, que ela seja encaminhada ao tratamento que tem direito, e que essas orientações também cheguem ao professor e à Escola. Esta é a proposta do NAE, que se constitui na cidade de Três Corações como núcleo de apoio para que o sucesso escolar aconteça - temos o trabalho pedagógico dentro das escolas que faz o trabalho de reforço, de avaliação, de reflexão do seu processo de ensino e esses estudantes que precisam de uma atenção especial tem os especialistas das áreas clínicas por meio do NAE”, ressalta.

Por fim, Jeane ressalta que houve a oportunidade de conversar com a coordenação do AEE (que é o Atendimento Educacional Especializado) de Três Corações. "Este atendimento educacional está contido na Legislação Federal de 2008, que fala sobre o atendimento educacional especializado na perspectiva da educação inclusiva, que acontece nas escolas no espaço chamado de 'sala de recurso', no qual professores, pedagogos que estudam o campo de libras, braile, tecnologia assistida de ensino e processos de aprendizagem dentro da neurociência, atendem a esses estudantes".

"A equipe da escola também faz esse intercâmbio com a área da Saúde para que o nosso estudante que tenha algum tipo de deficiência - seja motora, intelectual, visual, auditiva, transtorno do espectro do autismo, transtornos do neurodesenvolvimento - possa ter suas habilidades desenvolvidas. Ele conta com o professor de atendimento educacional especializado no contra turno escolar para apoiar todo o seu desenvolvimento. Esse atendimento não é reforço escolar, ele está dentro do campo de tecnologias assistida, do ensino do braile, de libras, de outras questões que garantam a acessibilidade ao currículo comum da escola regular", finaliza.