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O país está enfrentando um desabastecimento de soros para tratar mordidas de animais que transmitem a raiva e picadas de animais peçonhentos. A indisponiblidade deste insumo já chegou a São Sebastião do Paraíso e preocupa as autoridades competentes.

Os soros antivenenos e antirrábicos, utilizados para tratar picadas de cobras, escorpiões, mordidas de morcegos, cães e gatos, por exemplo, são fornecidos pelo Ministério da Saúde, mas os laboratorios fabricantes tiveram redução considerável na produção. O cenário se deve às adequações necessárias, por parte dos laboratórios produtores, para cumprir as normas exigidas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

A Secretaria Municipal de Saúde não possui doses em estoque. No último dia 11, um lavrador do município foi mordido por um morcego na zona rural e a coordenação da Vigilância em Saúde conseguiu quatro doses do soro em Alfenas, no entanto, isto pode se tornar cada vez mais difícil, pois, os postos e hospitais já começaram a concentrar o pequeno estoque que ainda existe para os casos mais drásticos.

Diante dessa gravíssima situação, a coordenadora da Vigilância em Saúde, Daniela Cortez, alerta a população do perigo oferecido por cães e gatos de rua, morcegos e exposição a animais domésticos de grande porte (equinos e bovinos), que podem causar a raiva. "Precisamos reforçar os cuidados e alertar, principalmente o agricultor, para tomar mais cuidado na proteção contra a picada da cobra, bem como aumentar a vigilância no próprio ambiente doméstico. Embora não tenhamos casos de raiva humana registrados, temos comprovação de circulação do vírus na região. Há casos constatados em que o homem sofre agressão por tentar desengasgar vacas com as próprias mãos. Por isso, contamos com a colaboração de todos, pois, no atual momento, o estoque regional é 0 (zero) de insumos antirrábicos, a fim de evitarmos casos de raiva e o consequente óbito de pessoas, por ventura vitimadas por estes animais", conclui.