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Movimento Setembro Amarelo terá campanha sobre suicídio
31/08/2018
A realização de uma palestra no Teatro Municipal Sebastião Furlan, proferida pela voluntária do Centro de Valorização da Vida (CVV), Mônika Shaefer Borges da Silva, marcou o início da campanha Setembro Amarelo, desenvolvida pela Secretaria Municipal de Saúde, em São Sebastião do Paraíso. Conforme o secretário, Wandilson Aparecido Bícego, somente neste ano no município foram registradas 13 tentativas e três casos consumados de suicídio. A programação para este mês prevê a realização de vários eventos como roda de conversa, palestras e outras iniciativas para abordagem do assunto.
Na palestra que realizou, Mônika Borges informou que o suicídio é considerado um problema de saúde pública que mata um brasileiro a cada 45 minutos e uma pessoa a cada 45 segundos em todo o mundo. Pelos números oficiais, são 32 brasileiros mortos por dia — taxa superior às vítimas da Aids e da maioria dos tipos de câncer. Pelo menos o triplo de pessoas tentaram tirar a própria vida e outras chegaram a pensar em suicídio. Apesar de números tão alarmantes, o assunto ainda é tratado como tabu. Evita-se o assunto, o que só colabora para seu aumento dos casos, pois as pessoas muitas vezes não sabem que podem procurar ajuda.
Com o objetivo de conscientizar a população sobre a realidade do suicídio e mostrar que existe prevenção em mais de 90% dos casos — segundo a Organização Mundial da Saúde, é que foi criado o movimento Setembro Amarelo. A iniciativa visa abordar o assunto, mostrar às pessoas que é possível obter ajuda e que a situação vivenciada por quem está nesta condição é passível de ser revertida. Mônika citou que a maioria dos casos envolvem mulher (58%) e que a quantidade de homens que se matam na maioria das mais vezes é por enforcamento. "Temos hoje em dia casos de crianças e jovens em uma situação muito séria e as motivações vão desde o preconceito, isolamento, questões de gênero, econômica e amorosas", enumera. Disse ainda que há falta de controle sobre uso de drogas, armas e venenos.
A voluntária mencionou casos de mitos e verdades, além de situações como a dor psíquica, desespero, desesperança, desamparo, depressão, dependência química e delírio como os 7D do suicídio. Os reflexos de todas estas situações são vistas na grande quantidade de pedidos de afastamentos do trabalho. "Somos pessoas holísticas, e o tratamento destas causas envolvem o espírito, a alma e o corpo num conjunto de fatores que devem estar em harmonia", descreve. Importante também é reconhecer o problema e buscar ajuda profissional que ajudará a enxergar o que a pessoa não vê. Com as terapias será possível aceitar as situações que não se pode mudar.
Programação — Com organização dos Centros de Atenção Psicossocial (Caps) Girassol, Paraíso e Vitória, que contam com apoio da Secretaria Municipal de Saúde, foi elaborada uma programação que irá abordar o assunto em setembro. Na programação palestras, sendo uma delas no distrito de Guardinha e outra no Teatro Municipal. Também haverá quatro rodas de conversas a serem realizadas nos Cras.
No dia 17 de setembro, na Escola Municipal Francisco Daniel, em Guardinha, às 13h, palestra para adolescentes sobre prevenção ao suicídio. Logo em seguida, às 15h30, o tema será abordado com os pais e aberta à comunidade. A palestrante será Mônika Shaefer Borges da Silva, representante do CVV Comunidade. No dia 18, no Teatro Municipal Sebastião Furlan, às 19h, palestra para profissionais da Educação e pais, com o tema “Automutilação na Adolescência, conhecer para prevenir”, também proferida por Mônika Shaefer. De 25 a 28, acontecem as rodas de conversa com adolescentes nos Cras, iniciando pelo Núcleo João XXIII, depois no Santa Teresa e Mocoquinha em horários distintos.