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Ouvidoria Municipal


Figo produzido em Paraíso é tema de Mestrado na Ufla

20/03/2017

O trabalho de mestrado realizado por Ronaldo Elias de Mello Júnior, Cientista de Alimentos da Universidade Federal de Lavras (Ufla) acaba de ser aprovado pela instituição e se tornou obra literária. Ele desenvolveu pesquisa sobre desidratação osmótica de figo verde em vários municípios do Sudoeste de Minas. Detalhe que chama atenção neste projeto é que, parte da coleta de informações foi realizada em propriedades rurais de São Sebastião do Paraíso, em um trabalho desenvolvido em parceria entre a Prefeitura, através da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Agropecuário (Sedeagro) e a universidade.

Os contatos com representantes da Prefeitura ocorreram em 2012 e foram desenvolvendo até o início da pesquisa em 2014. Houve pelo menos dois anos intensos de trabalho e a tese defendida no curso de Mestrado por Ronaldo Elias foi aprovada. "O contato inicial meu foi feito através de telefonema da Espanha, para a Prefeitura. Em contato com o Marco Aurélio, da Sedeagro iniciamos a pesquisa", conta o professor Jefferson Luiz Gomes, pesquisador do departamento de Ciência dos Alimentos, da UFLa. Ele conta que esteve em Paraíso por várias vezes para a coleta de material — como ocorreu na terça-feira desta semana onde foram obtidas amostras do figo para a segunda etapa da pesquisa —, agora já na fase do curso para Doutorado de Ronaldo.

Conforme o professor Jeferson, a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig) costuma financiar projetos que tem como pólo produtos de Minas Gerais. "Aqui no Sudoeste de Minas produz-se muito figo e a excelente receptividade que tivemos aqui em Paraíso, através da Secretaria de Agricultura nos possibilitou formarmos esta parceria que resultou neste trabalho de pesquisa". O município possui mais de 100 hectares de área plantada de o­nde é feita a produção de aproximadamente 960 toneladas de figo por ano. O convênio celebrado entre as partes teve ainda a parceria da Fapemig que investiu mais de R$ 102 mil na pesquisa.

Para o cientista Ronaldo, a pesquisa foi um trabalho árduo por ser algo praticamente inédito no País. "Aqui no Brasil não tínhamos parâmetros para a produção de figo desidratado e de início fizemos vários testes. Estivemos aqui em Paraíso onde conhecemos a linha de produção de uma indústria, tentamos utilizar parte do processo deles, colocamos em nosso laboratório, mas não deu certo", conta. Foram necessárias novas adequações e foi montado um verdadeiro quebra cabeças até que foram definidos os rumos. "Depois de certa insistência conseguimos chegar a produto pré concluído e depois ao produto final", relata o pesquisador.

Ronaldo explica que o resultado final atendeu as expectativas, principalmente em relação ao uso do figo maduro. "Já quanto ao figo verde estamos com expectativas para serem atendidas, que esperamos suprir com a segunda etapa da pesquisa que será realizada no trabalho de Doutorado", acrescenta. Ele ressalta que de forma geral o uso de produtos desidratados vem crescendo no Brasil. "Quem busca alimentação de qualidade, por questões de saúde, pessoas que vão à academia estão com esta demanda". A maior parte do que é consumido no país é importado da Turquia e por isso o custo acaba sendo elevado. "Se conseguirmos um produto nacional com características similares ou mesmo diferente que atenda aos padrões dos consumidores teremos um grande mercado para atender", completa.

A secretária municipal de Meio Ambiente, Yara Borges, enfatiza que este trabalho em parceria entre o município e as entidades envolvidas traz resultados muito positivos. "Traz conhecimento através das universidades e tudo isso agrega valor ao nosso trabalho, por oferecer novas oportunidades aos produtores rurais. Outro aspecto positivo é que divulga o nosso município lá fora em um trabalho tão importante", acrescenta. Neste sentido o mestrando lembra que o lançamento de sua obra também foi feita no Japão.

Já o professor Jefferson Gomes destaca a importância do trabalho de pesquisa. "A iniciativa é apresentar um produto novo, feito aqui no Brasil, para a sociedade. Por outro lado ganhamos na formação de recursos humanos, com mão de obra qualificada isto beneficia toda a cadeia produtiva que vai das instituições como a Ufla, a Fapemig, o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e outros órgãos importantes que atuam neste campo, pois, a pesquisa ajuda a melhorar a qualidade de vida da população.

De acordo com Marco Aurélio Alves de Paula, chefe de Departamento na Sedeagro, o produtor se sente valorizado com este tipo de trabalho. "A produção na ponta da linha, dentro da porteira, é muito importante. Se a pesquisa é essencial, a produção é fundamental e são dois elos que se completam para aperfeiçoar produtos e valorizar os nossos produtores, agregando valor e melhora a renda no campo, além de proporcionar melhor qualidade de vida", descreve. Durante as várias etapas da pesquisa, Marco Aurélio acompanhou os pesquisadores nas propriedades. Ele finaliza dizendo que outras oportunidades de pesquisa poderão surgir dentro desta parceria. "Já estamos observando outros produtos, e ate o final do mês a Sedeagro firmará com a Ufla novo convênio para a realização de pesquisa com outras frutas produzidas na nossa região".