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Educadores participam de encontro de formação sobre a Lei Maria da Penha
16/11/2016
Diretores e professores da rede municipal de ensino participaram, na segunda-feira, 7, do Encontro de Formação Maria da Penha nas escolas. O evento promovido pelo Conselho Municipal dos Direitos da Mulher (CMDM) de São Sebastião do Paraíso, teve como objetivo capacitar os educadores quanto ao conteúdo da Lei Maria da Penha.
A presidente do conselho, Cristiane Maria Bindewald, explicou aos educadores a importância de repassar as informações para as crianças e suas famílias. “Temos que identificar os tipos de violência contra a mulher e repassar à sociedade que é crime. As crianças e suas famílias têm que saber que não é normal conviver com agressões e essas situações devem ser denunciadas”, falou.
Durante o encontro, a advogada Maria do Carmo Lopes Basseto, mestra em Direito e idealizadora do serviço Ajuda Mulher, esclareceu sobre a necessidade de mudança da cultura machista em que vivemos. “É a partir da educação que acontecem as grandes transformações no mundo. Não podemos falar em mudança de cultura sem passar pela educação”, disse.
Maria do Carmo ressaltou ainda que, para que aconteça uma mudança de consciência das crianças e jovens em relação à igualdade de gênero, a parceria dos Conselhos Municipais com as escolas deve ser efetiva e duradoura. “Ao mesmo tempo em que podemos fortalecer as meninas, o que chamamos, hoje, de empoderamento no sentido de fazer com que elas se sintam mais iguais, devemos também trabalhar com os meninos, para que eles vejam o sexo feminino como iguais . Só assim, vamos conseguir construir uma igualdade de gênero. Talvez não agora, no presente, mas, principalmente, no futuro”, falou.
De acordo com Regiane Aizza Tavares, presidente do Conselho Municipal da Criança e do Adolescente (CMDCA), essa ação visa contribuir com a construção de uma cultura de paz por meio do exercício do diálogo, da tolerância e da solidariedade, ferramentas essenciais no processo educativo e na construção da sociedade livre e igualitária. “Nesse sentido, gostaríamos de contar com a colaboração de cada um dos profissionais envolvidos”, disse.
Durante o encontro, foram mostradas algumas ações efetivas para a discussão do tema em sala de aula. ”Os professores podem trabalhar o tema de acordo com o entendimento de cada turma. Sugerimos debates, teatros, diálogos e a construção de uma mascote. Temos, também, à disposição dos educadores, a cartilha Maria da Penha nas Escolas. Com uma linguagem muito bem elaborada, o material pode ser entendido por crianças de todas as idades”, afirmou.
Maria Ermínia Preto de Oliveira Campos, secretária municipal de Educação, ressaltou que é nas escolas que acontece a maioria das ações transformadoras para a sociedade. “Vamos realizar um trabalho preventivo de conhecimento com as crianças e jovens sobre o assunto, expondo a igualdade de gênero com o objetivo de determinar o padrão de mudanças culturais, sexistas, que ainda imperam em nossa sociedade”, comentou.
A secretária destacou, ainda, que nas escolas são identificados diversos casos que acontecem nas famílias. “Encaminhamos os casos aos órgãos de ajuda e apoio, como o Conselho Tutelar e os Conselhos da Mulher e do Adolescente”, falou.
Sobre a Lei Maria da Penha — Denominação popular da lei número 11.340, de 7 de agosto de 2006, é um dispositivo legal brasileiro que visa aumentar o rigor das punições sobre crimes domésticos. É normalmente aplicada aos homens que agridem fisicamente ou psicologicamente a uma mulher ou à esposa.
foto: Susana Paula Souza