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A professora Kátia Cristina Stocco Smole, doutora em Educação, ministrou uma palestra para educadores de São Sebastião do Paraíso. O encontro foi realizado na noite de quinta-feira, 28, no Teatro Municipal Sebastião Furlan, um evento promovido pela Prefeitura, por meio da Secretaria Municipal de Educação. Durante cerca de 90 minutos, a professora discorreu sobre a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), retomando princípios e analisando seus efeitos nos sistemas municipais.

Conforme a secretária municipal de Educação, Regina Márcia Penha Pimenta, a iniciativa tem por objetivo oferecer aos profissionais da educação a oportunidade de refletirem sobre as questões relativas à educação. Ela destaca que a Base Nacional Comum Curricular, embora careça de revisão em determinadas áreas, é importante para minimizar a necessidade de os educadores terem um aporte para orientar-lhes quanto à seleção de conteúdos a serem ministrados, possibilitando, desse modo, que todos os alunos tenham acesso a conhecimentos essenciais para o seu bom desempenho escolar. O assunto está em discussão no Ministério da Educação e Cultura (MEC) e deve trazer mudanças para os diferentes sistemas educacionais brasileiros.

Complementando, a secretária municipal de educação explicou que a palestra constitui-se um estudo, seguido de análise, sobre a importância da Base Nacional Comum Curricular, bem como uma reflexão sobre os princípios, finalidades e efeitos para a educação municipal.

Na noite do evento, as dependências do Teatro Municipal ficaram lotadas de educadores, profissionais das redes estadual e particular, alunos de Pedagogia e convidados de outros setores. Na abertura, crianças da Escola Municipal Ibrantina Amaral, juntamente com a coordenadora da Educação Musical da rede municipal de ensino, Vanessa Alves Takahashi, apresentaram uma adaptação do musical “A Noviça Rebelde” e, no encerramento, Kátia Stocco recebeu uma lembrança da equipe da Secretaria Municipal de Educação, em agradecimento pelas contribuições ofertadas.

Kátia Stocco é doutora na área de ensino de Ciências e Matemática, possui mestrado em Educação pela Universidade de São Paulo (USP) na área de didática, especialização e aperfeiçoamento em Matemática pelo Instituto de Matemática e Estatística. Em seu currículo, consta, ainda, graduação em bacharelado e licenciatura plena pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Moema. Atualmente, é coordenadora do grupo Mathema de formação e pesquisa, membro do conselho consultivo das revistas Pátio, Pátio Educação Infantil e membro do conselho editorial da revista Pátio Ensino Médio.

A especialista é integrante do movimento pela Base Nacional Comum, um grupo não governamental de profissionais e pesquisadores da educação que atua, desde 2013, para facilitar a construção de uma Base de qualidade. O Movimento promove debates, produz estudos e pesquisas, investiga casos de sucesso em vários países e entrevista inúmeros alunos e professores. Em abril de 2013, um grupo de especialistas em Educação se reuniu para discutir a adoção de uma Base Nacional Comum no Brasil. Para eles, esse era um passo crucial para promover a equidade educacional e o alinhamento de elementos do sistema brasileiro. A criação de uma base serviria como “espinha dorsal” para os direitos de aprendizagem de cada aluno, a formação dos professores, os recursos didáticos e as avaliações externas.

Atualmente o grupo conta com cerca de 60 integrantes, busca facilitar e acelerar o processo de construção da Base, apoiando e disseminando pesquisas e insumos técnicos que alimentem o debate e mobilizando atores chave,  gestores, acadêmicos, pesquisadores, professores, líderes da sociedade civil organizada em torno da causa. O Movimento atua para que esses princípios sejam seguidos ao longo de todo o processo de elaboração do documento.

Durante sua explanação, Kátia também falou sobre a proposta para o Ensino Médio, explicando que o primeiro passo acerca de tal tema surgira a partir da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. A medida foi um primeiro referencial, que possibilitou desenvolver a nova proposta. Ao esclarecer sobre a BNCC, a palestrante salientou que todo o conjunto de propostas e ações estabelecidas são princípios para orientar a construção da base, para que, de fato, esta seja aproveitada em sala de aula e promova o equilíbrio educacional. Os princípios devem ser seguidos ao longo de todo o processo de elaboração do documento. "A criação desta base  funciona como espinha dorsal para os direitos de aprendizagem de cada aluno, a formação dos professores, os recursos didáticos e as avaliações externas", conclui.