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Secretaria realiza Encontro Municipal de Educação
04/05/2016
A Prefeitura de São Sebastião do Paraíso, por meio da Secretaria Municipal de Educação, realizou nos dias 7 e 8 de abril o Encontro Municipal de Educação de São Sebastião do Paraíso (Emessp), evento inédito, direcionado a professores, supervisores escolares, diretores, educadores em geral. A apresentação ocorreu nas dependências do Teatro Municipal Sebastião Furlan, que, nos dois dias, esteve com suas dependências praticamente lotadas. Na oportunidade, foram ministradas quatro palestras, envolvendo questões relacionadas à inclusão, ao ensino de Ciências, à realidade do professor, além de currículo e avaliação.
No primeiro dia do encontro, o tema debatido, no período da manhã foi “Inclusão: um fato, uma realidade”. O assunto foi abordado por Jô Nunes, que é fundadora e presidente de honra da Associação Brasileira da Síndrome de Williams. Ela discorreu sobre a trajetória de luta em prol do diagnóstico e da inclusão de sua filha, Jessica Nunes Herculano, que nasceu com a síndrome, uma doença rara em uma época onde este problema genético ainda não era conhecido no Brasil. A obstinação de Jô Nunes fez com que ela abraçasse uma missão para conseguir oferecer qualidade de vida à filha.
A Síndrome de Williams é uma condição rara causada pela falta de genes e ocorre na proporção de um em cada 8 mil nascimentos. Os pais podem não ter qualquer histórico familiar da doença. No entanto, uma pessoa com a síndrome tem 50% de chance de passar a doença para cada um de seus filhos. A causa, geralmente, ocorre de forma aleatória.
No período da tarde, o assunto apresentado em palestra foi “O Ensino de Ciências: o que é fazer Ciência? Por que ensinar Ciência? Como ensinar Ciência?”. A bióloga e professora, Ana Maria de Souza, especialista na área de Ciências da Natureza pelo Instituto Ayrton Senna, proferiu sua palestra aos educadores da rede municipal de Paraíso e aos convidados recorrendo à teoria e à prática, exemplificando como o uso do método científico auxilia no desenvolvimento do aluno. Para ela, “ensinar Ciências é um grande desafio”. Ela explicou que a construção dos conhecimentos científicos e o desenvolvimento tecnológico crescem a velocidades inimagináveis e questionou como a escola está preparando seus estudantes para conviver e atuar nessa nova realidade.
No segundo dia do encontro foi a vez de o professor Júlio César Furtado dos Santos, em um dos momentos mais aguardados do evento, falar com os participantes. Com o título “Professor: vida, morte e ressurreição (título de uma de suas obras)”, ele realizou uma palestra motivacional, quando abordou o papel do professor em sala de aula e seus desafios na profissão. Ele relaciona a “Vida" com o modo em que está vivendo o professor; a “Morte" aos problemas sociais e de saúde que o profissional enfrenta durante a jornada de trabalho e a "Ressurreição" a quais medidas devem assumir os docentes no papel de mediadores do conhecimento.
Na segunda parte do dia o professor ministrou palestra com o título "Currículo e avaliação — refazendo modelos para a escola do futuro". Ele destacou que "o educador deve ajudar o aluno, por meio da avaliação, a enxergar o que não estava vendo, a descortinar novas possibilidades de busca que ampliem habilidades e competências", disse. Júlio Furtado é graduado em Geografia, Pedagogia e Psicologia. Pós-graduado em orientação educacional, Gestalt Terapia e dinâmica de grupo. Possui ainda especialização em Programação Neurolinguística (PNL), é doutor e diplomado em psicopedagogia pela Universidade de Havana, em Cuba. Mestre em educação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), professor universitário (graduação e pós-graduação) e ex-reitor da Uniabeu (RJ).
Para abrilhantar o encontro, um coral composto por diversas crianças das unidades escolares municipais, sob a organização da coordenadora da Educação Musical da rede municipal de ensino, Vanessa Takahashi, com o auxílio dos professores de Educação Musical, fizeram apresentações artísticas que sensibilizaram todo o público, enaltecendo as músicas que retratam as belezas de Minas Gerais.
Segundo a secretária municipal de de educação, Regina Márcia Penha Pimenta, o Emessp significou uma data histórica no município. Há tempos almejava-se proporcionar aos profissionais da educação um momento de estudo significativo que viesse ao encontro das necessidades locais. “Sinto-me realizada por receber em nossa casa paraisense tão renomados palestrantes, professores que exercem suas funções com responsabilidade, pesquisam continuamente e nos oferecem conhecimentos que nos enriquecem”. Ela também enalteceu o relato pessoal da mãe de uma aluna com Síndrome de Williams. “Jô nos comoveu com seu relato, mostrando-se uma genitora que, por amor e certa de suas incumbências maternais, superou desafios e exemplificou o sentido real da inclusão. Não usou a língua-padrão, externou a linguagem do sentimento, inerente aos seres humanos que almejam o melhor para o seu próximo: filhos, pais, avós, alunos”, finaliza.