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No dia 18 de maio é comemorado o Dia Internacional da Luta Antimanicomial e para registrar a data, em São Sebastião do Paraíso, foi realizada uma marcha de conscientização da comunidade. O evento realizado pela Secretaria Municipal de Saúde, através do Centro de Assistência Psicossocial (Caps) contou com a participação de centenas de pessoas. "É importante frisar que o movimento que estamos realizando não é pelo fechamento dos hospitais, até porque nós utilizamos deste serviço existente em nossa cidade, mas, sim para defender mais respeito, dignidade e solidariedade àquelas pessoas que fazem acompanhamento psiquiátrico e que devem ser tratadas com igualdade, sem qualquer tipo de preconceito social", disse Eliane Matheus Bonfante, coordenadora do movimento.

A caminhada saiu por volta de 9h da Arena Olímpica João Mambrini e seguiu pelas ruas do centro da cidade até a praça Comendador José Honório (matriz). No local houve uma roda de viola, quando foram cantadas diversas canções da MPB. Em outro momento foi realizada uma aula de relaxamento corporal com diversas atividades e exercícios. "É muito interessante que as pessoas sejam bem tratadas, respeitadas e valorizadas como são", disse a professora Luciana Rodrigues da Silva.

O evento reuniu profissionais dos dois Caps da cidade como psicólogos, médicos, enfermeiros, orientadores, educadores físicos e técnicos de enfermagem. Vários pacientes e integrantes destes centros portavam cartazes em defesa do movimento. Também participaram da caminhada integrantes do Programa Vida Ativa, Guarda Municipal, Polícia Militar, agentes das Unidades de Saúde da Família, agentes de combate à dengue, entre outros. Por o­nde a marcha passava, as pessoas nas calçadas, nas residências e estabelecimentos comerciais acenavam e aplaudiam os participantes da caminhada.

Durante a semana será realizado no Caps de Paraíso outros eventos como oficinas, palestras e atividades de recreação. O município também está recebendo para um intercâmbio de informações, a visita dos membros de Sorocaba (SP) que fazem parte da Rede de Atenção Psicossocial (Raps). Junto a eles, acompanha o trabalho, Enrique Bessoni, que é assessor técnico e coordenador geral de Saúde Mental, Álcool e Drogas do Ministério da Saúde. Para ele, "é preciso mais aceitação e dar dignidade e liberdade às pessoas com sofrimento mental”, afirma.

O Movimento da Luta Antimanicomial se caracteriza pelo combate à ideia de que não é preciso isolar a pessoa com sofrimento mental em nome de tratamentos, baseada apenas nos preconceitos que cercam a doença mental. Atualmente, o movimento centraliza ações na ampliação e fortalecimento da rede de serviços substitutivos aos hospitais psiquiátricos, guiados por uma concepção ampla de saúde, que envolve o acesso à assistência de qualidade, educação, trabalho, moradia, lazer, arte, cultura, transporte para as pessoas que sofrem de transtornos mentais.

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fotos: Gustavo Cezarino