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Institucional 5


Conferência mental elege delegados e aprova propostas

07/06/2010

 Na I Conferência Municipal de Saúde Mental de São Sebastião do Paraíso, realizada na quarta-feira (28), foi escolhido os delegados que representarão a cidade na conferência estadual, que ocorrerá em maio em Belo Horizonte e também votadas as propostas que serão levadas para o encontro estadual.
 Organizado pela equipe do Centro de Atenção Psicossocial (Caps II), órgão ligado à Secretaria de Saúde e Ação Social de São Sebastião do Paraíso, a conferência serviu para se discutir as políticas públicas voltadas para o doente mental. O evento foi aberto pelo diretor de saúde, Christian Alves Neto, que ressaltou o trabalho que a Secretaria de Saúde tem e terá de agora em diante na tentativa de organizar a rede de atenção primária no município. O presidente da Câmara de vereadores, Ailton Rocha de Sillos mostrou preocupação nas mudanças que estão ocorrendo, principalmente na saúde mental e pediu atenção de todos para “não prejudicar” o trabalho que hoje é feito na área.
 Já o prefeito Mauro Lúcio da Cunha Zanin pediu uma atenção maior para o problema saúde mental, em especial em São Sebastião do Paraíso, o­nde o número de medicamentos distribuídos para depressão e insonia é grande, o que na visão do prefeito é preocupante.
 Duas palestrantes falaram aos presentes no Teatro Municipal Sebastião Furlan, durante a tarde de quarta-feira. Adriana Galvão discorreu sobre  “Reforma Psiquiátrica Estadual, consolidando a rede e direitos humanos e cidadania”, o­nde explicou a evolução das políticas públicas em relação ao tema saúde mental. Já  a  psicologa com especialização em Saúde Mental, Carla Cristina Rodrigues falou sobre “Saúde Mental na Atenção Primária”. Trabalhando na área de saúde mental em Guapé-MG, Carla mostrou as dificuldades que usuários e trabalhadores encontram e acredita que discussões como a ocorrida em Paraíso servem para minimizar estes problemas no futuro.
 No intervalo das palestras foram eleitos os delegados que possivelmente estarão na conferência estadual em maio. Os representantes são: Eliani de Pádua Neto (titular) e Ecilene Rosa de Peder (suplente); Neusângela Aparecida Lopes (titular) e Carlos Ferreira da Silva (suplente); Anselmo Ferreira Neves (titular) e Antonio dos Reis Orlando (suplente); Aparecido Francisco dos Santos (titular) e José Cícero de Freitas (suplente). Por parte do gestor foram escolhidos Eliane Matheus Bonfante (titular) e Denise Aguiar Gomes (suplente); Daianne Zaniol Rampaso Caetano (titular) e Livia Alves Ricci (suplente). Dos trabalhadores os representantes serão: Camila Barbosa Caetano (titular) e Livia Aparecida Silva (suplente); Thiago Dias Quintino (titular) e Angélica Cristina Rocha (suplente). Da parte intersetorial foram escolhidos, subtenente  Paulo Neves de Rezende (titular) e Edna de Oliveira Fernandes Pereira (suplente); Wagner Giubilei (titular) e Rosi Mari Bulgari  (suplente).

As propostas aprovadas foram as seguintes:

- Caps com funcionamento 24 horas
- Criação do segundo Nasf com ampliação da equipe interdisciplinar
- Facilitar o acolhimento do paciente em surto no hospital psiquiátrico
- Criação do SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência)
- Criação do Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (Caps AD) - urgente
- Criação de Centros de Convivência
- Implantação do Caps AD no município
- Implantação do Caps I no município
- Criação de leitos de retaguarda atendendo na crise, sendo regulado e tendo a garantia de faturamento para o hospital referenciado
- Organização do fluxo de atendimento em saúde mental
- Implantação de centro de convivência
- Capacitação de profissionais da saúde e órgãos parceiros
- Implantação de residências terapêuticas
- Criação de mais núcleos de apoio à saúde de família
- Ampliação das práticas complementares no apoio à saúde mental
- Capacitação dos trabalhadores da saúde e setores afins sobre direitos humanos, visando combate ao preconceito, com estes trabalhadores realizando a multiplicação desta capacitação entre os usuários
- Inclusão do portador de sofrimento mental no mercado de trabalho
- Criação de Caps AD, Caps I,
- Política de educação e ação política através da mídia voltados à população sobre saúde mental
- Valorização profissional
- Realização do fluxo de internações psiquiátricas no Caps
- Criação de leitos psiquiátricos em hospitais gerais
- Criação de novos meios para captação de recursos
- Criação da rede de atenção ao portador de sofrimento mental
- Criação de centros de convivência, residências terapêuticas, associação para usuários e familiares
- Criação de fóruns municipais visando reunir os vários setores interessados em relação ao  funcionamento da rede
- Fortalecer o trabalho intersetorial
- Aumento no número de profissionais de saúde mental
- Controle da medicalização excessiva, através do uso de critérios na rede de atenção primária
- Diminuição das internações psiquiátricas
- Combate ao preconceito, inclusão social, prevenção e promoção de saúde e garantir direitos humanos e cidadania.

 Para Eliane Matheus Bonfante, coordenadora geral da conferência, algumas propostas estão repetidas porque os participantes foram divididos em três grupos, e cada um apresentou as suas demandas e elas foram aprovadas na assembleia geral. Porém, quando forem levadas à conferência estadual elas serão compactadas. A coordenadora se diz satisfeita com a realização da primeira conferência e principalmente com a participação da população. “É isso que esperamos, a participação de usuários e pessoas da sociedade preocupadas com o tema”, encerrou Eliane.
 Para o diretor de saúde, Christian Alves Neto, a maioria das propostas apresentadas vai de encontro ao que pensa o secretário Marcos Rogério de Paula Oliveira, na conferência por motivo de viagens, e representado pelo diretor. “É bom sabermos que a nossa preocupação é a mesma de usuuários e comunidade em geral. Estamos elaborando planos de trabalhos que contemplam a maioria das propostas sugeridas hoje nesta conferência”, afirmou Alves Neto.