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Secretário de Saúde propõe mudanças no sistema de cirurgias eletivas
25/09/2009
Intenção é atender pacientes que estejam na fila de espera em menor tempo
A dificuldade em atender pacientes que precisam da chamada cirurgia eletiva em São Sebastião do Paraíso ganhou destaque no noticiário regional durante a semana com a divulgação de que o representante do Ministério Público pediu o afastamento de um médico concursado, sendo que uma das acusações é o não atendimento de pacientes que precisam das cirurgias.
O assunto já era uma preocupação do secretário de Saúde paraisense, Marcos Rogério de Paula Oliveira, que estuda maneiras para diminuir o tempo de espera na fila.
Cirurgias eletivas são aquelas que o paciente precisa, mas que no momento não há urgência e nem emergência para tal. Este paciente passa por uma série de avaliações e entra em uma fila que é organizada por médico e especialidades. Para a realização da mesma é necessário que hospital e médicos organizem suas agendas. O que acontece hoje na maioria dos hospitais do País é que o pequeno número de salas cirúrgicas e a grande demanda de cirurgias de emergência faz com que as eletivas sejam remarcadas.
Outro fator que impede as cirurgias é o baixo preço pago pelo Sistema Único de Saúde (SUS) pelos procedimentos. Em Belo Horizonte, até julho deste ano, havia cerca de 62 mil pessoas na fila aguardando a marcação de cirurgias. Lá, conselheiros municipais de saúde e a secretaria de saúde fizeram um acordo na tentativa de diminuir esta fila. O município propôs pagar 150% a mais sobre a tabela do SUS para que os médicos façam as cirurgias.
Este tipo de procedimento não é possível em São Sebastião do Paraíso, segundo Marcos Rogério. O secretário explica que os recursos disponíveis no município não comportam este tipo de acordo. Ele solicitou uma série de medidas que visam diminuir a fila de espera e que a partir disso o sistema de saúde possa atender sem muita demora os necessitados a uma cirurgia.
Segundo o Serviço de Controle e Avaliação Municipal são realizadas em média 20 cirurgias eletivas por mês. Marcos Rogério quer que este número passe para 30 cirurgias por mês, sendo que, para isso, é oferecido a médicos e hospital uma gratificação na ordem de 20% sobre a tabela do SUS. O secretário determina também que seja equacionado o problema, sendo que o tempo de espera, que hoje está em torno de 18 meses passe para oito meses.
Outro pedido do secretário é que seja feito o recadastramento dos pacientes que estão aguardando na fila. Na proposta, que seria implantada através de uma instrução normativa, os procedimentos atenderiam a fila com proporcionalidade dos atendimentos por especialidades: ortopedia 30%; otorrino 20%, cirurgia geral 15%, cirurgia vascular/angiologia e gastro 10% cada e outras especialidades 15%.
Hoje em São Sebastião do Paraíso há 377 pacientes na fila de espera. As especialidades que mais demanda têm são ortopedia, otorrino e gastro. Marcos Rogério pretende discutir o assunto com a classe política paraisense.