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Ouvidoria Municipal


Paraíso realiza conferência regional antidrogas

05/08/2009

 Os problemas causados pelo consumo e tráfico de drogas receberam atenção especial na sexta-feira, 31 de julho, em São Sebastião do Paraíso. Em torno deste tema tão contundente, reuniram-se autoridades políticas, especialistas das áreas de saúde, psicologia e serviço social, assim como representantes da Segurança Publica e da sociedade civil em geral.
 Dois prefeitos compareceram, além do prefeito anfitrião, Mauro Zanin. João Arantes Viera, de Jacuí, e Carlos Luciano Bazaga, de São José da Barra, foram convidados a compor a mesa de abertura do evento, ao lado do presidente da Câmara Municipal, Ailton Rocha de Sillos, do prefeito de Paraíso, do deputado estadual Antonio Carlos Arantes, de Cloves Rômulo Barros, presidente do Conselho Municipal Antidrogas (Comad) e do diretor de saúde e Ação Social, Marcos Rogério de Paula Oliveira.
 Ailton Sillos disse estar satisfeito com a realização das conferências municipais, movimento recente que tem mobilizado a população, as entidades e as forças políticas. Mais uma vez, o presidente da Câmara destacou a participação dos vereadores: “Os ventos do progresso estão soprando em nossa direção. A boa representatividade, as reuniões dos conselhos e esta conferência mostram que Paraíso e seus municípios vizinhos estão se mobilizando para buscar soluções dos seus problemas e fortalecendo o Sudoeste Mineiro”, declarou. No fim de despediu referindo-se e agradecendo a presença dos colegas “caipiras” do Projeto Ideal/Sebrae.
 Mauro Zanin, por sua vez, enfatizou a necessidade de combate às drogas. O chefe do executivo paraisense destacou as medidas de complementação na formação de uma integração entre áreas distintas mas atingidas pelas drogas, como segurança, educação e saúde. “Acredito ser esse o grande mal dos tempos atuais, destruindo o ser humano e a família do usuário, tornando-se a principal causa da violência entre os jovens. Mas precisamos destacar que as ações devem ser integradas principalmente para o fortalecimento da instituição familiar”, concluiu Zanin.
 A primeira palestra foi ministrada por Marcos Rogério Paula Oliveira, psicólogo por formação, que enfocou não apenas os desdobramentos sociais da drogadição mas também individuais e espirituais. “Nos trazemos átomos de nossos filhos, de nossas esposas e de nossos maridos em nós. Trazemos átomos de Gandhi e de Hitler, átomos de gente boa de gente ruim. Por isso não adianta jogar para debaixo do tapete os problemas. Os problemas não são dos outros, são nossos também, porque nos trazemos em nós os outros”, afirmou o diretor municipal.
 Em seguida, o presidente do Comad, Cloves Rômulo Barros deu um depoimento sobre sua recuperação e renovou as esperanças de que o problema da droga pode ser superado pelos usuários e seus familiares. Um de seus trabalhos é levar a mensagem da recuperação a numerosos jovens de escolas públicas e também aos familiares de dependentes que, diariamente, lidam com a dor de ver seus entes se matando por causa das drogas e da bebida alcoólica. “Quero deixar a mensagem de que a vida esta sempre pronta para que a gente possa recomeçar. É preciso ter esperanças e forças para alimentar a recuperação. Há muitos casos de gente que se mantém limpa dia-a-dia, com grupos de apoio, sem remédios, sem tratamentos forçados”, declarou Cloves.
 Para encerrar a manhã, uma palestra de Cloves Eduardo Benevides, subsecretário de Políticas Públicas sobre Drogas, informou os presentes a respeito da realidade das drogas no Brasil e no mundo. Benevides iniciou sua apresentação enfatizando que a crescente violência contra a mulher esta muito atrelada ao uso de drogas e álcool. “Os homens bebem e se acham os donos do mundo e da mulher. Ninguém pode discordar deles, que eles partem para a violência”, afirmou.
 Os acidentes de trânsito e o alto índice de mortes por eles decorrentes são, segundo Benevides, estreitamente relacionados ao consumo de álcool de drogas. Dirigir embriagado ou drogado continua sendo comum, mesmo depois das intervenções do Governo com a chamada Lei Seca. Violência, acidentes, mortes prematuras, inatividade física, incapacidade profissional e alienação são causados pelo uso de drogas e álcool, acarretando custos que costumam não ser divulgados. Sua fala foi no sentido de desvelar os gastos públicos gerados pelas drogas ilícitas e licitas. “Pesquisas demonstram que, em um ano, R$26 bilhões foram custos sociais do álcool em todas as esferas, se pensarmos nos gastos com INSS e SUS”, noticiou o secretário.
 Ainda no que se refere a gastos, o subsecretário citou que 7,9% do PIB brasileiro estão relacionados a custos com a violência, trânsito e outros problemas gerados pelas drogas. Ele afirmou ainda que as ações de política pública devem ter responsabilidade social, acompanhando o inicio, o andamentos e os resultados do projeto.
 As palestras foram marcadas por dinâmicas, mensagens emotivas e exercícios físicos. Tudo isso visando a promoção de um estado de bem-estar físico e mental dos participantes. Yoga, alongamentos, terapia do riso, mensagens de motivação pessoal deram aos ouvintes a possibilidade de sentir prazer e alegria sem a necessidade de usar a droga como subterfúgio.
 Na parte da tarde foram realizados os debates sobre o tema da conferência, Violência, Drogas e Cidadania. Ao final, foram votadas as propostas que serão enviadas a Conferência Estadual que acontecerá em Belo Horizonte em setembro.
 O evento foi organizado pela Diretoria de Saúde e Ação Social e o Comad. A Conferencia Regional de Políticas Públicas Antidrogas foi realizada no Santa Terra Eventos e recebeu representantes de 27 cidades da região.