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Saúde regional é discutida em reunião da Ameg
13/04/2009
Na ultima reunião ordinária da Associação dos Municípios do Médio Rio Grande (Ameg), ocorrida na sexta-feira, 3 de abril, onde mais de 14 municípios estiveram reunidos na cidade de Ibiraci, o presidente do Colegiado dos Secretários Municipais de Saúde de Minas Gerais (Cosems), Marcos Rogério de Paula de Oliveira, também diretor de Saúde e Ação Social de São Sebastião do Paraíso, foi convidado pelo presidente da Ameg, Mauro Lúcio da Cunha Zanin, também prefeito de São Sebastião do Paraíso, para palestrar sobre a Organização da Saúde Pública Regional.
No início da palestra, Marcos Rogério explicou sobre o Cosems-MG desde as atividades desenvolvidas, a política de trabalho, as assessorias oferecidas como a jurídica, técnica e ressaltou principalmente, a força que os secretários de saúde, unidos ao Conselho, têm junto ao Estado, o que fortalece em muito a saúde na região. “O sistema de saúde público é, sim, um direito de todos, porém com recursos finitos, e não infinitos como muitos pensam”, comentou Marcos Rogério.
O presidente do Cosems também explicou sobre os níveis de atenção da saúde: primário, secundário e terciário e que, apesar do grande investimento que é feito na atenção básica, através do fortalecimento dos programas de saúde da família, o maior custo ainda fica na atenção terciária, ou seja, em procedimentos de alta complexidade. “Por isso precisamos investir cada vez mais na atenção básica, na prevenção das doenças como o diabetes, a hipertensão entre outras, para evitar que esse paciente venha a sofrer um infarto ou um AVC e seja internado numa UTI”, explica Marcos Rogério.
Foi explicado também o Sistema de Informações sobre Orçamento Público em Saúde (Siops), onde os dados demonstram que o gasto com saúde veem crescendo cada vez mais, porém o recurso enviado pelo SUS é cada vez menor, como o caso citado do município de Paraíso que em 2002 recebia do órgão R$ 72,81 por habitante e em 2007 o repasse caiu para R$ 38,00. “Saúde é muita cara”, afirma Marcos, “quanto menor o município, maior é o gasto pois ele depende de outras municípios. Precisamos de um bom trabalho com a prevenção e promoção da saúde, onde o custo é relativamente baixo, pois hoje gasta-se mais onde é menos atendido (alta complexidade)”.
A possível solução para o problema seria a saúde georeferenciada, ou seja, a partir da localização geográfica dos pacientes, o sistema permitirá um apoio fundamental a tomada de decisões na área da vigilância epidemiológica, bem como estabelecerá bases para pesquisa epidemiológica, permitindo estabelecimento de áreas de riscos ou de risco potencial em um nível local de atenção, no sentido de propiciar melhores intervenções tanto para controle como para prevenção de epidemias nessa área. Foi solicitado o apoio dos deputados presentes, prefeitos e gestores de saúde para a implantação deste recurso o mais breve possível.
O presidente da Ameg e prefeito de São Sebastião do Paraíso, Mauro Zanin, estará nesta quarta-feira, 8, em audiência com o Secretário de Estado da Saúde de Minas Gerais, Marcus Pestana, levando uma pauta de reivindicações da região, dentre elas a implantação na região da Rede de urgências e emergências com o custeio dos atendimentos de alta complexidade em hospitais credenciados como as Santas Casas de Passos e Paraíso. “Vamos juntos com os prefeitos Antônio Vitor (Carmo do Rio Claro) e Nelson Lara (Guapé) levar as reivindicações da região ao secretário Marcus Pestana e mostrar as dificuldades que estamos enfrentando. Com a queda de repasses do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) e do FPM (Fundo de Participação dos Municípios) não conseguiremos arcar com os gastos com os prestadores de serviço de saúde até o fim do ano. Vamos buscar alternativas para o problema e iremos buscar este apoio junto ao Governo do Estado”, concluiu Zanin.